Novembro Azul reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata
Estimativas de novos casos são alarmantes e especialistas destacam que hábitos saudáveis e exames regulares podem garantir mais de 90% de chance de cura
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil – onde, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, é um problema de saúde pública, com estimativa de 71.730 novos casos por ano para o triênio 2023-2025, sendo a segunda principal causa de morte por câncer em homens. Os dados em nível global são alarmantes e a estimativa é de que o número de casos dobre até 2040, especialmente em países de média e baixa renda.
No próximo dia 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, data que deu origem ao movimento Novembro Azul, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina.
O mestre em Saberes e Práticas de Saúde, Reynaldo Junior, explica que o câncer de próstata ocorre quando as células dessa glândula — localizada abaixo da bexiga e responsável por produzir o líquido que transporta o espermatozoide (o sêmen) — passam a se multiplicar de forma descontrolada.
“A boa notícia é que na maioria dos casos, ele cresce lentamente. E, o mais importante: tem até 98% de chance de cura quando o diagnóstico é feito precocemente. Portanto, na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas. É por isso que os exames de rotina são essenciais”, observa Junior, professor do curso de Enfermagem da Estácio.
O profissional de saúde reforça que a detecção precoce é a melhor estratégia para aumentar as chances de cura, que podem chegar a 90%. “O urologista pode recomendar exames de rotina. Para homens com fatores de risco — como histórico de câncer de próstata na família (pais, irmãos, tios) —, o ideal é iniciar os exames entre 45 e 50 anos. Já os homens sem fatores de risco devem procurar avaliação até os 60 anos, e aqueles com obesidade devem começar o acompanhamento a partir dos 45 anos”, orienta.
Principais exames de rastreamento
Segundo o professor do curso de Enfermagem, o diagnóstico é feito, principalmente, a partir do PSA (Antígeno Prostático Específico), que é um exame de sangue usado para medir uma substância produzida pela próstata, que quando tem seus níveis aumentados, é um indicador de que algo está errado. Outro exame é o toque retal: rápido, indolor e fundamental para avaliar o tamanho, a textura e a presença de nódulos na próstata.
“Não caia no preconceito! O toque retal é simples, rápido e crucial para salvar vidas, pois complementa o resultado do PSA”, alerta.
Sinais de Alerta (fase avançada)
Se na fase inicial o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas, justificando a importância dos exames de rotina, Reynaldo destaca alguns sinais de alerta importantes quando a doença já está em fase avançada.
· Dificuldade ao urinar: Demora para começar ou terminar, jato de urina fraco ou interrompido.
· Aumento da frequência urinária, especialmente à noite.
· Presença de sangue na urina ou no sêmen.
· Dor ao urinar ou ejacular.
· Dor na região pélvica, nas costas ou nos quadris.
Prevenção: hábitos saudáveis fazem diferença
“O Novembro Azul é um lembrete anual, mas a sua saúde precisa de atenção o ano todo!”, ressalta Reynado Junior. Ele reforça a importância de consultar regulamente um médico urologista, profissional indicado para cuidar da saúde da próstata.
Além do acompanhamento médico, uma alimentação equilibrada é uma aliada poderosa na prevenção do câncer de próstata. “Estudos mostram que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e grãos integrais pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença”, afirma Junior.
A nutricionista especialista em Nutrição Oncológica, Marcella Tamiozzo, reforça:
“De acordo com estudos clínicos, o consumo de chá verde (rico em catequinas) por homens com lesões precursoras pode reduzir a progressão do câncer. Padrões alimentares ricos em fibras integrais e azeite de oliva, típicos da dieta mediterrânea, também promovem benefícios”, explica.
A professora do curso de Nutrição da Estácio destaca ainda o papel do licopeno, antioxidante presente no tomate, melancia e goiaba, que ajuda a proteger as células contra danos oxidativos. “O licopeno é melhor absorvido quando o tomate é processado e consumido com gorduras boas, como o azeite”, orienta Marcella.
Outra recomendação da nutricionista é incluir vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor, por serem fontes de sulforafano, substância com ação anti-inflamatória e epigenética associada à redução do risco da doença. “Além disso, o consumo regular de peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, tem efeito anti-inflamatório e protetor”, acrescenta.
Por fim, Marcella Tamiozzo alerta que é fundamental evitar o excesso de carnes vermelhas e processadas, frituras e álcool, pois esses hábitos aumentam o estresse oxidativo e a inflamação no organismo.
Com informações da assessoria



